Assessoria - O projeto Ação Integrada garante o acesso à formação profissional para pessoas resgatadas de trabalho em condições análogas à escravidão, a fim de quebrar o ciclo de exploração do trabalho forçado e proporcionar a oportunidade de uma vida digna.
Jeferson não sabia ler. Ao chegar numa encruzilhada, quando estava a caminho de uma cidade, teve que pedir informações a outra pessoa porque não entendia nem os sinais e símbolos das placas. Mas, recentemente, sua vida mudou de maneira radical.
"Quando comecei neste projeto, eu trabalhava das sete às cinco, e das cinco às sete da noite eu estudava. Nessas duas horas de estudo aprendi muitas coisas, um pouco de tudo. Me qualifiquei como auxiliar administrativo. Comprei um terreno e uma moto, tudo graças a esta oportunidade de trabalhar com este projeto. Ter a oportunidade de ser alfabetizado, ler e escrever... minha vida mudou", contou Jeferson.
O projeto Ação Integrada é desenvolvido desde 2009 no estado de Mato Grosso, no Brasil, com o apoio técnico e institucional da Organização Internacional do Trabalho (OIT). O programa oferece uma formação profissional que dura entre dois e seis meses e é destinado a pessoas que estão em situação de risco ou que foram resgatadas de condições análogas à escravidão.
De acordo com o oficial de projeto da OIT que apoia o Ação Integrada, Antonio Mello, quatro de cada cinco participantes não sabem ler nem escrever: "Geralmente são homens jovens de áreas rurais que caem no ciclo vicioso do trabalho forçado durante a infância".
Wellington Leopice Diogo, de 23 anos, participou do projeto junto com seu irmão para buscar uma alternativa de vida. O jovem afirma que foi obrigado a trabalhar aos 11 anos de idade para ajudar seus pais. Ele está feliz com o diploma que acabou de receber e acredita que muitas portas se abrirão: "É sempre muito bom ter uma qualificação e poder ter acesso a um emprego garantido nos dias de hoje".
O Ação Integrada, portanto, tem como objetivo garantir a estas pessoas o acesso à educação e à formação profissional para quebrar o ciclo de exploração do trabalho escravo, proporcionando às vítimas e aos vulneráveis a oportunidade de uma vida digna.
Essas pessoas recebem atendimento psicossocial, nivelamento educacional, capacitação profissional e aconselhamento sobre as políticas governamentais de desenvolvimento social, educação e saúde das quais elas podem se beneficiar.
Luta contra o trabalho forçado passa por formação de jovens aprendizes no Mato Grosso
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quinta-feira, 4 de agosto de 2016
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