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Encontro incentiva o protagonismo feminino em Mato Grosso

sábado, 27 de abril de 2019

As experiências das mulheres em comunidades indígenas, rurais e extrativistas tem sido fundamental para a melhoria de renda e qualidade de vida em muitas regiões do Brasil, sobretudo na Amazônia. Este foi um dos temas discutidos no IV Encontro de Mulheres Rurais e Indígenas do Noroeste de Mato Grosso e Acre.

Realizado entre 22 e 24 de abril em Juruena, a 900 km de Cuiabá (MT), o evento foi promovido pelo projeto Poço de Carbono Juruena, desenvolvido pela Aderjur, com patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental, e pelo projeto Bem Diverso, uma parceria entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), com recursos do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF).

Ao todo, participaram 48 mulheres agricultoras e extrativistas do Noroeste de Mato Grosso e do Acre além de representantes dos povos indígenas Apiaká, Cayabi, Cinta-Larga e Munduruku. Durante os três dias, puderam conhecer experiências como a da Cooperativa dos Agricultores do Vale Amanhecer – Coopavam e da Associação de Mulheres Cantinho da Amazônia – Amca. Ambas são apoiadas pelo projeto Poço de Carbono Juruena e estão instaladas no Assentamento Vale do Amanhecer.

A Coopavam possui uma fábrica de processamento de castanha-do-Brasil e produz óleo, farinha e barra de cereais. Somente em 2019, serão processadas 200 toneladas de castanha certificada da agricultura familiar e comunidades indígenas.

Já a Amca é uma associação essencialmente de mulheres com produção de biscoitos, paçocas e macarrão de castanha. Outra entidade visitada foi a Associação Marias da Terra – Amater, que é especialista em produção de farinha de banana e seus derivados.

Também foram realizadas visitas a propriedades que são referência em Sistemas Agroflorestais (Safs), hortas agroecológicas e quintais agroflorestais. Essas experiências são replicáveis e ajudam a melhorar a qualidade do solo, são uma alternativa de renda, além de serem produzidos alimentos mais saudáveis, uma vez que dispensam o uso de agrotóxicos.

Na avaliação das participantes o encontro foi de muito aprendizado, uma rica experiência de empoderamento de mulheres e organizações comunitárias femininas, com momentos de trocas de experiências de vida e de trabalho muito intensos, que ficaram marcados na memória das participantes, informou Lucinéia Machado, facilitadora do evento.

Poço de Carbono Juruena
O projeto Poço de Carbono Juruena, patrocinado pela Petrobras e desenvolvido pela Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena –Aderjur, busca oferecer alternativas sustentáveis de renda aos agricultores familiares e povos indígenas.

O projeto apoia o extrativismo da castanha-do-Brasil em vários municípios do Noroeste de Mato Grosso. Promove a educação ambiental para a gestão e conservação dos recursos naturais. Também incentiva a diversificação de cultivos na recuperação de áreas por meio de sistemas agroflorestais em pequenas propriedades de Juruena. Dessa forma, os agricultores têm diversas opções de cultivos e uma renda garantida e melhor distribuída ao longo do ano. Além do benefício econômico, os sistemas agroflorestais “imitam” o comportamento da floresta, armazenando carbono e ajudando a mitigar os efeitos das mudanças climáticas.

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