André Alves - Especial para Sema/MT
Os resultados do Programa Integrado da Castanha (PIC), um dos componentes do Projeto de Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade das Florestas do Nororeste de Mato Grosso, financiado pelo Programa das Nações Unidas (Pnud) e pelo Global Environment Facility (GEF), sob coordenação da Superintendência de Biodiversidade da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) foram apresentados, em Cuiabá, pela superintendente de Biodiversidade da Sema, Eliani Fachim, no seminário Castanha-do-Brasil na Amazônia Mato-grossense: Políticas Públicas para a Produção Sustentável, que ocorre até esta quarta-feira (01.09), no Hotel Fazenda Mato Grosso.
De acordo com a superintendente Eliani Fachim o objetivo do PIC é integrar povos indígenas e outros grupos sociais, por meio do incentivo de um modelo de desenvolvimento regional com o uso sustentável dos recursos naturais e manutenção dos meios de vida tradicionais das populações locais. Atualmente quatro grupos sociais estão envolvidos no Programa Integrado da Castanha. Os povos indígenas Rikbaktsa e Zoró, os seringueiros da RESEX Estadual Guariba - Roosevelt e agricultores familiares do assentamento Vale do Amanhecer, todos da região Noroeste de Mato Grosso.
Entre os resultados mais significativos estão o aumento da produção e a comercialização por um preço mais justo, valorizando a cultura dos povos e comunidades que participam do projeto. Para se ter uma ideia, a produção da castanha-do-Brasil dentro do PIC teve um salto de 30 toneladas na safra 2003/2004 para 205 toneladas na safra 2008/2009. O valor médio por quilo comercializado subiu de R$ 0,50 para R$ 1,60.
Eliani Fachim aponta que a importância da exploração da castanha em Mato Grosso se deve ao fato de conservar a floresta em pé, ao mesmo tempo em que dinamiza a exploração sustentável abrindo espaço para a exploração de outros produtos madeireiros e a implantação de sistemas agroflorestais. Por meio do programa, os grupos sociais são estimulados a revitalizar o manejo da seringueira, que já ocorre entre os índios Rikbaktsa e os seringueiros da Reserva Extrativista Guariba Roosevelt.
Pelo incentivo do Programa Integrado da Castanha, que teve início em 2003, já foram comercializados mais de 840 toneladas de castanha no período de 2002-2008, além da capacitação de 60 agentes locais multiplicadores, conhecidos na região como coordenadores da castanha. Para garantir a qualidade do produto, também foram construídos 13 barracões de armazenamento da castanha bem como mesas de secagem para evitar contaminação de fungos.
Conheça os principais beneficiados do PIC:
Associação dos Seringueiros dos Rios Guariba e Roosevelt - ASGR
Remanescentes dos soldados da borracha, essa população tradicional habita há mais de 120 anos a região dos Rios Guariba e Roosevelt. São 300 pessoas distribuídas em 40 colocações, os únicos seringueiros reconhecidos de Mato Grosso, que mantém preservada uma área de 138 mil hectares na RESEX Estadual Guariba Roosevelt.
Principal produto: castanha-do-Brasil seca, polida e selecionada em sacos de 60 kg.
Produção: 40 – 60 toneladas de castanha com casca por ano.
Associação do povo indígena Zoró - APIZ
Os Zoró habitam uma área de 355,789 mil hectares, com uma população de 625 pessoas distribuídas em 24 aldeias. Eles se destacam na busca de alternativas a exploração madeireira ilegal, notadamente com o manejo e comercialização da castanha-do-Brasil e tem influenciado outros grupos Tupi da região.
Principal produto: castanha-do-Brasil seca, polida e selecionada em sacos de 60 kg
Produção: 80 – 100 toneladas de castanha com casca por ano.
Outros produtos: Joias da floresta – artesanato indígena
Associação do povo indígena Rikbaktsa - ASIRIK
Os Rikbaktsa possuem uma população de 1.500 pessoas e 34 aldeias distribuídas em três terras indígenas ao logo do rio Juruena, somando 401,383 mil hectares. Esse povo se destaca pela iniciativa de construir alternativas de geração de renda e gestão territorial pautadas na manutenção da floresta em pé.
Principal produto: castanha-do-Brasil seca, polida e selecionada em sacos de 60 kg
Produção: 40 – 60 toneladas de castanha com casca por ano.
Outros produtos: Cernambi Virgem Prensado – CVP
Joias da floresta – artesanato indígena
Cooperativa dos Agricultores do Vale do Amanhecer - COOPAVAM
As 250 famílias de agricultores familiares do Assentamento do Vale do Amanhecer aprendem a conviver com a floresta por meio da implantação de sistemas agroflorestais, do manejo de PFNM de sua área de reserva legal coletiva e do beneficiamento da castanha-do-Brasil.
Principal produto: castanha-do-Brasil em amêndoa – sacos aluminizados com 20 kg, embalagens de 100, 200, 500 e 1000 gramas.
Produção: 20 – 30 toneladas de castanha em amêndoa por ano
(Fonte: Projeto de Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade das Florestas do Nororeste de Mato Grosso)
Programa fortalece manejo de castanha-do-Brasil
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terça-feira, 31 de agosto de 2010
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