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Plano da sociobiodiversidade visa fomentar arranjos produtivos locais

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

ANDRÉ ALVES - Especial para a Sema/MT
Lançado em abril de 2009, o Plano Nacional da Sociobiodiversidade visa estimular arranjos produtivos locais e regionais como forma de fortalecer os extrativistas e as cadeias de produtos da sociobiodiversidade. Sob a coordenação dos Ministérios do Desenvolvimento Agrário (MDA), Meio Ambiente (MMA), Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), o Plano Nacional tem trabalhado prioritariamente nas cadeias do babaçu e da castanha-do-Brasil devido à importância ambiental e sociocultural desses produtos.

Os Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará e Rondônia participam da cadeia da castanha. Essa atividade extrativista envolve mais de 170 mil pessoas no país, que é responsável por 75% da produção mundial, de acordo com dados do MDA. Para Hetel dos Santos, analista técnica do Departamento de Extrativismo do Ministério do Meio Ambiente (MMA), o Brasil tem uma riqueza de cultura e de biodiversidade que não se encontra em nenhum outro país e que por isso é tão importante organizar as cadeias extrativistas visando o mercado.

“Ainda existe a ideia de que a produção extrativista no país é pequena e desorganizada, mas a importância em mudar isso está justamente na conservação das florestas”, analisa Hetel. “Uma castanheira não pode valer mais como carvão do que ela em pé e para mudar isso é preciso envolver todos os setores da cadeia produtiva, desde os extrativistas, as empresas até os consumidores e isso já está ocorrendo em alguns Estados como Mato Grosso” explica.

Apesar desse cenário positivo a analista aponta que as cadeias produtivas da sociobiodiversidade têm gargalos em comum que o Governo Federal em parceria com os Estados estão buscando minimizar. Um desses gargalos são os serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) que precisam atender melhor as especificidades do extrativismo, cujas capacitações voltadas a esse setor têm sido estimuladas pelo Governo.

Outro grande gargalo é a baixa oferta de quantidade e qualidade dos produtos. Para Hetel é preciso capacitar os extrativistas para coletar e armazenar os produtos do extrativismo de forma a garantir a qualidade fitossanitária dos produtos. Até o fim deste ano deverá ser lançado pelo Governo Federal cinco manuais de boas práticas, um deles sobre a castanha. Em Mato Grosso, através do Programa Integrado da Castanha (PIC), um dos componentes do projeto “Conservação da Biodiversidade e Uso Sustentável das Florestas do Noroeste de Mato Grosso”, executado pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente de Mato Grosso (SEMA) em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) já foram capacitados u 60 coordenadores da castanha, que trabalham como multiplicadores dessas boas práticas.

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