Assessoria (Josana Salles) - Nesta segunda-feira última (04), o presidente do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) Luciano Coutinho e o embaixador do Fundo da Amazônia Edson Arantes do Nascimento (Pelé), estiveram em Alta Floresta e Carlinda para conhecer dois projetos sócioambientais desenvolvido pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Alta Floresta( Projeto Olho D’Água) e pela ong Instituto Ouro Verde (IOV), chamado Sementes do Portal. A solenidade ocorreu no auditório do Resort Floresta Amazônica, com mais de 60 hectares de floresta amazônica nativa localizado dentro de Alta Floresta.
Os dois projetos receberam R$ 8,2 milhões do Fundo Amazônia sendo que R$ 5,4 milhões são destinados ao projeto Sementes do Portal. O evento promovido pelo BNDES teve o objetivo foi demonstrar como serão aplicados estes valores e também viabilizar a destinação de novos recursos para ampliar os projetos na região. Pelé como embaixador do Fundo Amazônia irá levar os projetos para o exterior e com isso angariar novos recursos, atualmente outros projetos na Amazônia também estão sendo defendidos por Edson Arantes do Nascimento.
Sementes do Portal, da ong IOV
Tem como objetivo promover a recuperação de 1,2 mil hectares de áreas degradadas (recomposição de áreas de preservação permanente e reserva legal) e o resgate da agricultura familiar em seis municípios que compõem o Território Portal da Amazônia, no extremo norte do Mato Grosso, por meio da introdução de sistemas agro-florestais.
Esses sistemas consistem em formas de uso da terra que reúnem um conjunto de espécies de árvores, cultivos agrícolas e criação de animais numa mesma área e simultaneamente. Para a implantação dos sistemas agro-florestais, o projeto utilizará a chamada técnica da “muvuca”, que trabalha com o plantio direto de várias espécies de sementes florestais e agrícolas misturadas.
Experiências anteriores, tanto do Instituto Ouro Verde como de outras instituições com atuação na região, têm demonstrado muitas vantagens da “muvuca” quando comparada com o plantio tradicional de mudas.
As sementes têm funções distintas e devem ser combinadas e manejadas ao longo do tempo. Não precisam de adubos químicos e fertilizantes, nem de defensivos agrícolas. Além disso, permitem maior aproveitamento dos recursos naturais, são viáveis em qualquer escala e diversificam a fonte de renda, já que possibilitam a plantação e cultivo de várias culturas (mandioca, café, hortaliças, castanha), reduzindo risco de prejuízos por quebra de safra.
As sementes utilizadas nos sistemas agro-florestais serão adquiridas da comunidade indígena Terena, parte integrante do projeto “Sementes do Portal”. Tendo em conta o crescimento e a valorização das sementes, em decorrência do aumento do uso de sistemas agro-florestais e da escassez de diversas espécies em função do desmatamento, a comunidade indígena Terena será beneficiada pelo projeto, na medida em que será capacitada para coletar as sementes de forma apropriada, desenvolvendo atividade que combina o uso sustentável da floresta com geração de renda.
O projeto prevê as seguintes ações: fortalecimento de associações locais no processo de gestão ambiental; estruturação de uma base de serviços ambientais para apoio técnico, objetivando o licenciamento ambiental de pequenas propriedades no Portal da Amazônia; recuperação de 1,2 mil hectares de áreas degradadas; capacitação e apoio técnico; além do desenvolvimento de veículos para comunicação interna e externa de informações do projeto, de forma a garantir a coesão das ações e a socialização das informações.
O Instituto Ouro Verde é uma organização não-governamental criada em 1999, em São Paulo. Atua na região conhecida como “Portal da Amazônia” desde 2004. Tem como objetivo promover o desenvolvimento sustentável, fortalecendo organizações e instituições populares, agindo diretamente junto a agricultores familiares, valorizando a cultura da população da região, a fim de possibilitar que se tornem agentes responsáveis pela transformação social, econômica e ambiental de suas comunidades.
Projeto Olho D”Água
O município de Alta Floresta receberá R$ 2,8 milhões para pôr em prática o projeto Olhos D’Água da Amazônia, cujo objetivo é o fortalecimento da gestão ambiental na região, apoio ao processo de registro das pequenas propriedades no Cadastramento Ambiental Rural(CAR) e fomento à recuperação de áreas de preservação permanente degradadas próximas às nascentes localizadas em pequenas propriedades.
Com essa estratégia, a prefeitura de Alta Floresta irá realizar e integrar as atividades de planejamento (diagnóstico), de regularização ambiental (CAR) e de recuperação de áreas degradadas. O CAR será utilizado pelo governo como uma primeira etapa para o licenciamento ambiental e a regularização fundiária, na medida em que são firmados termos de compromisso para a adequação ambiental da posse ou da propriedade rural. O projeto de Alta Floresta enfrentará, principalmente, o problema da degradação de determinadas áreas de nascentes. Atualmente, 50% do município foi desmatado e apenas 49% das 6.545 nascentes estão preservadas, conforme dados da Secretaria de Meio Ambiente de Alta Floresta.
É coordenado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e envolve a recuperação da Bacia Mariana, que fornece água para o município. Cerca de 1.200 nascentes das mais de 6 mil existentes no entorno da cidade serão recuperadas.
BNDES libera R$ 8,2 milhões do Fundo Amazônia para projetos socioambientais em Alta Floresta
Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
terça-feira, 5 de outubro de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário
Postar um comentário