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Equipe do Banco Mundial vem a Mato Grosso conhecer projetos do setor agrícola e florestal

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Uma equipe interdisciplinar de onze pessoas do Banco Mundial está percorrendo os três biomas de Mato Grosso (Pantanal, Cerrado e Amazônia) para conhecer de perto o modelo agropecuário, agroforestal e florestal do estado. Além de propriedades rurais, também serão visitadas experiências sustentáveis que tenham potencial de ser replicadas no Brasil e em outros países. Entre as iniciativas que estão sendo visitadas foram incluídas uma fazenda com pecuária no pantanal, em Poconé; a Embrapa Agrossilvipastoril, em Sinop, no médio Norte; o Projeto Poço de Carbono Juruena, a indústria madeireira Rohden e a Fazenda São Nicolau, na região Noroeste. Os técnicos e consultores que chegaram a Cuiabá no dia 08, ficam até o dia 18 no estado.

No Brasil, o Banco Mundial apóia dezenas de projetos para melhorar a qualidade de vida na área rural e urbana e estimular o crescimento sustentável do país. Em Mato Grosso apoiou o Programa de Desenvolvimento Agroambiental (Prodeagro) que propiciou a criação da maioria das unidades de conservação e alavancou o Zoneamento Sócio Econômico e Ecológico (ZSEE).

“Estamos buscando ver do ponto de vista técnico e social o contexto do desenvolvimento rural de diferentes estados do Brasil e naturalmente Mato Grosso teve grandes avanços na agricultura nos últimos anos, mas que também teve um custo”, explica Gregor Wolf, coordenador de Operações Setoriais do Banco Mundial no Brasil, para a área de Desenvolvimento Sustentável. Fazem parte deste custo os impactos socioambientais e as futuras consequências das mudanças climáticas.

As mudanças climáticas já estão ocorrendo em todo o mundo e no Brasil há uma tendência de haver mais secas no Nordeste e no Sul, pode haver períodos mais intensos de veranicos, que podem dificultar o cultivo de grãos nessa região. Para manutenção do clima, avalia o Banco Mundial, Mato Grosso e outros estados da região central e norte do país tem um papel duplamente importante. O de garantir a conservação de suas florestas, de forma a minimizar os impactos das mudanças climáticas, e o de ter tecnologias que melhorem a produtividade do setor agrícola e florestal sem a necessidade de abertura de novas áreas.

Para Paulo Nunes, coordenador do Projeto Poço de Carbono Juruena, que está acompanhando esta missão, este tipo de intercâmbio com especialistas que estudam as causas e conseqüências das mudanças climáticas globais pode trazer importantes informações e oportunidades para ampliar e melhorar os trabalhos desenvolvidos em Juruena, e para decisões mais acertadas pelos agricultores diante das incertezas sobre as prováveis mudanças que ocorrerão no futuro breve.

“É preciso ter cautela sobre a expansão territorial da agropecuária, pois aumentar e sustentar a alta produtividade agrícola no futuro vai depender dos serviços ambientais disponíveis na região”, aponta Erick Fernandes, especialista do Banco Mundial nas áreas de mudanças climáticas, agricultura e gerenciamento de recursos naturais. Entre os serviços ambientais estão a manutenção da quantidade e qualidade da água, incluindo rios e nascentes, qualidade do ar e a biodiversidade.

As experiências que estão sendo conhecidas pela equipe do banco buscam suprir, em escala local, estes serviços ambientais. O projeto Poço de Carbono Juruena, desenvolvido pela Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena e patrocinado pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Ambiental, envolve cerca de 300 famílias e tem a meta de plantar 1,5 milhão de mudas de espécies frutíferas e florestais nativas da Amazônia em sistemas agroflorestais. Os agricultores recebem orientação técnica, capacitações, irrigação, diversos insumos e participam nos intercâmbios em outras experiências consolidadas na região. Outro importante trabalho relacionado à redução de emissões de carbono vem sendo realizado pelo projeto através do uso de uma serraria portátil, que aproveita a madeira morta das roças e pastagens para a construção de benfeitorias nas propriedades.

Já a Embrapa Agrossilvipastoril desenvolve projetos de transferência de tecnologia em integração lavoura-pecuária-floresta. A Rohden é uma indústria madeireira certificada em Juruena que reutiliza a serragem para geração de energia, no passado tinha um termo de cooperação técnica que permitia que assentados coletassem castanha-do-Brasil de sua área de manejo florestal madeireiro. A fazenda São Nicolau, da ONF Brasil, depois de mais dez anos de manejo possui mais de 2 milhões de árvores nativas plantadas, que sequestram cerca de 8 toneladas de CO2 por hectare/ano.

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