Sistemas agroflorestais são eficientes em sequestro de carbono. Esta é uma das conclusões do artigo "Projetos Integrados de Conservação e Desenvolvimento na Amazônia: uma avaliação interdisciplinar com lições para as regiões de Fronteira Florestal (Integrated Conservation and Development Projects in the Amazon: an Interdisciplinary Evaluation with Lessons for Forest Frontiers, título original em inglês). Escrito pelos pesquisadores Jorge Luiz Vivan (in memorian), Rob Davenport, Peter. H. May, Paulo César Nunes e Cornelius Prins, o artigo faz parte da edição 29 da revista Policy in Focus, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), que destaca nesta edição o tema Desenvolvimento sem Desmatamento.
De acordo com os pesquisadores, em áreas onde é desenvolvido um sistema agroflorestal é possível ter um aumento de 5 a 8 toneladas de carbono por hectare/ano. Na análise dos autores, os sistemas permitem ainda um aumento na diversidade de espécies florestais, o que favorece a criação de corredores para a fauna.
O estudo, feito entre 1995 e 2012, em pequenas propriedades dos municípios de Juína, Juruena e Cotriguaçu, no Noroeste de Mato Grosso, também demonstrou um ganho econômico para os agricultores. É citado o exemplo de um sítio agroflorestal que apenas com cacau sombreado consegue uma receita financeira equivalente a 4 mil dólares por hectare/ano. Enquanto isso, nessa mesma região, a criação de gado permitia uma renda de 212 dólares por hectare/ano.
O artigo cita ainda o exemplo do assentamento Vale do Amanhecer, em Juruena onde o projeto Poço de Carbono Juruena, patrocinado pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental atua como parceiro desde 2010, incentivando a implantação de sistemas agroflorestais e o extrativismo de produtos florestais não-madeireiros, como a castanha do Brasil. O assentamento possui uma reserva legal coletiva de 7.200 hectares com 1900 castanheiras (Bertholletia excelsa) certificadas que geram renda a agricultores que fornecem a matéria-prima para a Cooperativa dos Agricultores do Vale do Amanhecer (Coopavam) e para a Associação de Mulheres Cantinho da Amazônia (Amca).
Essa combinação favorece a conservação da reserva legal com o uso responsável de produtos florestais não-madeireiros e estimula o sequestro de carbono na área. Além disso, uma parte significativa dos moradores adotou sistemas agroflorestais em suas propriedades, onde cultivam espécies como café, cacau, urucum, pupunha e variedades florestais, como a castanheira, formando um sistema agroflorestal.
Pelos serviços ambientais prestados, quinze agricultores do Vale do Amanhecer e de outros locais onde o Poço de Carbono Juruena é desenvolvido, receberam no início do ano kits de irrigação para os sistemas florestais.
A revista Policy in Focus pode ser baixada gratuitamente do site www.carbonojuruena.org.br ou clicando aqui
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Publicação do PNUD com o tema Desenvolvimento sem Desmatamento aponta a importância do sequestro de carbono em Sistemas Agroflorestais
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sexta-feira, 25 de julho de 2014
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