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Poço de Carbono Juruena amplia rede de parceiros

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012


O projeto Poço de Carbono Juruena, desenvolvido no Noroeste de Mato Grosso está ampliando sua rede de parceiros no apoio a extração e beneficiamento da castanha do Brasil. Desenvolvido pela Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena – ADERJUR e patrocinado pela Petrobras, por meio do Programa Petrobras Ambiental, o projeto reafirmou a parceria com a Cooperativa dos Agricultores do Vale do Amanhecer (COOPAVAM) e Associação de Mulheres Cantinho da Amazônia (AMCA), que estão desenvolvendo novos produtos derivados da amêndoa.

Além disso, o projeto vem incentivando a adesão de novos grupos sociais. É o caso dos índios Munduruku, que vivem na Terra Indígena Kayabi, no município de Juara (MT). “Nós conhecemos o projeto no ano passado e fizemos um contrato para comercializar 15 toneladas para a Coopavam”, afirma Marcelo Munduruku, presidente do Instituto Munduruku. Para ele, o contrato representou um grande avanço, pois geralmente os índios vendiam as castanhas entre R$ 0,80 e 2,00. Com o intermédio do projeto, a cooperativa de agricultores garantiu a compra das 15 ton por três reais o quilo. “Nós temos potencial para coletarmos até 25 toneladas, mas nos falta infraestrutura”, esclarece.

Já o assentado Sedenir Massola, que é associado da Coopavam, acredita que somente o grupo dele, composto por quatro pessoas, irá coletar cerca de 25 toneladas de castanha dentro do assentamento e em áreas vizinhas parceiras do projeto, como é o caso da Rohden Indústria Lígnea, que irá renovar o termo de cooperação, permitindo o manejo da castanha em sua área. Toda a produção do grupo do Massola e de outras famílias do assentamento tem a compra garantida pela Coopavam.

“Além do apoio a produção, o projeto Poço de Carbono Juruena incentiva a gente a plantar. Já plantei cerca de 500 pés de castanheiras e outros 500 pés de ipê”, afirma. Os pés de ipês foram plantados consorciados com as castanheiras para fins de recuperação de área. “Mas daqui uns anos a gente vai poder aproveitar os ouriços de castanha dentro da propriedade”, explica Massola.

A produção na Coopavam já envolveu mais de cem pessoas do assentamento que chegam a tirar até 300 reais por dia de produção durante a safra do fruto, entre os meses de dezembro a abril, no município de Juruena.

Ao lado da Coopavam, funciona a AMCA, associação de mulheres que começou produzindo biscoitos de castanhas e atualmente conta com outros produtos derivados. O mais recente é o macarrão enriquecido com castanha, que teve sua estréia durante a Feira da Agricultura Familiar – FENAFRA, no Rio de Janeiro (RJ) entre os dias 21 e 25 de novembro deste ano. No próximo dia 21 será inaugurada no Assentamento Vale do Amanhecer uma nova fábrica da AMCA, onde estará centralizada a produção de macarrão e biscoitos de castanha do Brasil.

As duas entidades juntas beneficiaram 330 toneladas de castanha em 2012, produção que levou R$ 990 mil para dentro da floresta como pagamento aos extrativistas. Este recurso aliado ao salário das mulheres que beneficiam a castanha em amêndoas, biscoitos, doces, azeite e agora o macarrão, fez girar R$ 1,5 milhão na economia local, com a cadeia produtiva da castanha do Brasil, beneficiando 22 mil pessoas assistidas pelo Programa de Aquisição de Alimentos da CONAB, que adquire os produtos destas duas organizações.

Representantes do Instituto Munduruku, AMCA e Coopavam participaram do evento para divulgar seus trabalhos e conhecer experiências da agricultura familiar de todo o país. “Cada vez que a gente vem pra um evento como esse, a gente tem mais certeza de que o que estamos fazendo vai dar certo”, anima-se Massola. “É a prova de que no Brasil tem muita gente preocupada em produzir conservando o meio ambiente”, finaliza.

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