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Projeto atrai indústria para Juruena

sexta-feira, 4 de novembro de 2011


O projeto Poço de Carbono Juruena acaba de ganhar uma importante parceria. Trata-se da Alimentos Aripuanã, uma indústria de beneficiamento de palmitos de pupunha que foi atraída pelos resultados do projeto e irá abrir uma filial no município de Juruena, no Noroeste de Mato Grosso. A expectativa é que, com a indústria, os agricultores da região invistam mais nessa espécie que ajuda a recuperar áreas degradadas e possui um retorno de investimento melhor que outras produções, inclusive a criação de gado leiteiro.

Somente pelo projeto Poço de Carbono Juruena, executado pela Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena (Aderjur) e patrocinado pela Petrobras, através do Programa Petrobras Ambiental, foram produzidas 464.500 mudas de pupunha. Essas mudas foram plantadas em mais de 90 hectares por agricultores familiares que fazem parte do projeto, em menos de dois anos. Para Paulo Nunes, coordenador técnico do Poço de Carbono, os resultados são mais do que satisfatórios. “A pupunha, junto com o guaraná e o café, é uma das melhores alternativas para agricultura familiar na região”, explica. “O investimento é relativamente barato e não exige muita mão de obra, o que possibilita ao agricultor diversificar sua produção com outras espécies”, complementa.

A planta já era uma das mais procuradas pelas famílias que participam do projeto Poço de Carbono, que tem como objetivo mostrar a viabilidade técnica de seqüestrar carbono em pequenas áreas com sistemas agroflorestais, porque pode ser utilizada na recuperação de áreas degradadas. Além disso, já havia mercado certo, com três indústrias na região. Com a abertura da nova indústria, que deverá ser inaugurada em junho de 2012, haverá um fortalecimento na economia do município e que por isso conta também com apoio da prefeitura de Juruena. Além disso, a produção da espécie na região será mais incentivada, uma vez que irá diminuir o custo com o transporte das hastes da planta e também pelo fato de que a localização do município favorece a logística da indústria.

Fotos: Laércio Miranda
A vinda da Alimentos Aripuanã para o município irá tornar mais atraente a produção para os agricultores, independente de participarem ou não do projeto. Michel Orben, da Alimentos Aripuanã, explica que em cinco anos de funcionamento de sua indústria de beneficiamento ele já trabalha com mais de 50 famílias de agricultores familiares dos municípios de Juína, Juruena, Cotriguaçu, Aripuanã e Colniza. “Com o plantio com um espaçamento de 1,5m x 1,0 m é possível produzir 6.600 mudas irrigadas e adubadas”, explica Orben. “Comercializando a R$ 1,20 a haste é possível ter uma receita acima de 9.600 reais por hectare/ano”, complementa. Ele garante que o mercado é garantido e que a única limitação é a ainda baixa produção de palmitos na região.

A rentabilidade da produção da pupunha é comprovada pelo casal Sílvio e Veridiana Vieira, do Projeto de Assentamento Juruena, em Cotriguaçu. Há oito anos eles investem no plantio e atualmente contam com uma produção de 170 mil pés de pupunha. Cada planta dá mais de uma haste por pé a partir do segundo ano de cultivo. Recentemente fizeram um investimento para irrigar a produção, que deverá ser paga em 24 meses, e a expectativa é que o lucro deles aumente em 40%.

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