O promissor caminho das sementes nativas
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segunda-feira, 10 de outubro de 2011
OPAN – Mais de 70 indígenas foram capacitados como coletores de sementes nativas do Cerrado na Terra Indígena Manoki, no noroeste de Mato Grosso. Só na semana passada, eles entregaram cerca de 370 quilos de sementes das mais variadas espécies, como ipê, buriti, copaíba, paineira, barbatimão, olho-de-cabra, e sucupira, em condições adequadas para seu armazenamento e beneficiamento. A iniciativa visa a produção de mudas para suprir a imensa demanda por espécies nativas no estado de Mato Grosso a fim de que sejam utilizadas na recuperação de áreas degradadas.
A capacitação e o recolhimento das sementes estão sendo realizados graças ao Projeto Berço das Águas, executado pela OPAN com patrocínio da Petrobras, através do Programa Petrobras Ambiental. Um dos objetivos do projeto é ajudar a estruturar a cadeia produtiva de produtos florestais não madeireiros a partir do interesse dos indígenas. Neste caso, o trabalho com as sementes nativas tem sido promissor. “Homens, mulheres e adolescentes estão empenhados na coleta de sementes como uma atividade paralela. Isso tem sido muito positivo porque eles não precisam parar suas rotinas”, explica Lucas Trevisan, engenheiro florestal da OPAN.
Como mecanismo de capacitação, o projeto vai comprar dos índios as sementes coletadas para abastecer viveiros das aldeias e serem utilizadas dentro da terra indígena. Mas, a partir do ano que vem, a proposta é estruturar esta atividade para que os indígenas possam iniciar a comercialização das sementes. “Esse processo exige o georreferenciamento das árvores matrizes, que sejam deixados pelo menos 30% das sementes no local para a manutenção do fluxo natural da florestal, a capacitação de boas práticas de armazenamento e beneficiamento, que já estamos oferecendo, além de toda a parte de documentação junto ao Ministério da Agricultura”, diz Trevisan.
Iniciativas de fomento à estruturação de redes de coletores de sementes em terras indígenas na região do Xingu inspiraram a iniciativa no noroeste do Mato Grosso, mostrando um caminho certeiro para a geração de renda às comunidades e a consequente conservação de áreas protegidas pressionadas pelas frentes de desmatamento em seu entorno imediato.
Nos próximos meses, a capacitação para o trabalho com sementes nativas será estendido à Terra Indígena Myky, também atendida pelo Berço das Águas, o que oferecerá, além de espécies tipicamente de Cerrado, a possibilidade de fornecimento de sementes de floresta de transição com Amazônia. “A demanda no Brasil é enorme. A maioria dos viveiros não produz mudas nativas por falta de sementes. Entre os que foram contactados pelo projeto em Mato Grosso, todos aceitaram trabalhar em parceria para receber as sementes dos indígenas”, comemora Trevisan.
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