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Projeto investe na capacitação de agricultores

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Educador ensina agricultores a fazer suas
próprias mudas.

Há um velho ditado que diz que melhor do que dar o peixe é ensinar a pescar. No entanto, a união das duas ações é ainda mais proveitosa. É com esta linha de raciocínio que o projeto Poço de Carbono Juruena, executado pela Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena (ADERJUR) e patrocinado pelo Programa Petrobras Ambiental, proporciona a distribuição de mudas para formação de sistemas agroflorestais (SAFs) a mais de 250 famílias da região Noroeste de Mato Grosso e também investe na capacitação contínua dos agricultores ligados ao projeto.

Somente nos primeiros meses de 2011 já foram realizados cursos sobre implantação de sistemas agroflorestais, viveirista em fruticultura, cultivo da pupunheira e produção de doces de frutas tropicais, com a participação de mais de 100 pessoas. Ariane Ramos, coordenadora local do projeto explica que foram realizados três cursos sobre o manejo de SAFs nos assentamentos Vale do Canamã, 13 de maio e Somapar. “Durante os cursos, agricultores perceberam, por exemplo, a importância de o cacau estar sombreado, assim como o cupuaçu”, explica.

“Um sistema agroflorestal começa com várias espécies e com o passar do tempo vai reduzindo a quantidade, contudo, se tornando cada vez mais parecido com uma floresta”, ensina Ariane. Para a multiplicidade de espécies e o manejo de culturas tão distintas há necessidade dessa constante capacitação para os agricultores, e a contínua adesão de novas famílias ao projeto mostra que a direção está correta. “Tem muitos agricultores chegando agora no Poço de Carbono Juruena, depois que viram os resultados nas propriedades dos seus vizinhos”, sinaliza.

A expectativa dos técnicos do Poço de Carbono Juruena é que os pequenos e médios agricultores desenvolvam seus próprios sistemas agroflorestais a partir da necessidade de cada um, transformando áreas degradadas em produtivas. Entre as espécies mais procuradas pelas famílias está a pupunha, cupuaçu, açaí, café, guaraná, urucum, espécies madeireiras como a teca, aroeira, figueira, cedro-rosa, garrote, seringueira, mogno e louro-freijó.

Pupunha é carro-chefe
Além dos cursos desenvolvidos pelo projeto foi firmada uma parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/MT) através da qual foram realizados em março e abril os cursos de viveirista em fruticultura, cultivo da pupunheira para palmito e de produção de doces de frutas tropicais. Os dois primeiros foram ministrados pelo educador Hilton Ney Gaíva e o outro pela educadora Maria Célia Resende.

O Curso sobre o cultivo da pupunheira foi uma solicitação dos próprios agricultores devido à grande procura por mudas desta espécie para o plantio na região. Além de ser altamente rentável e existir três agroindústrias na região, a pupunheira é recomendada para a recuperação de áreas degradadas. “A pupunheira é ecológica por ser perene, se desenvolver em áreas degradadas e quando é cortada, ela perfilha e continua produzindo numa mesma cova por algumas décadas”, explica Gaíva.

Zulmira Bufão é agricultora, faz parte da Associação de Mulheres Cantinho da Amazônia (AMCA) e participou de um dos cursos de produção de doces de frutas tropicais oferecidos pelo projeto. “Foi muito gratificante fazer o curso, a gente aprendeu a fazer geléia de cupuaçu, de laranja, de carambola, licor de figo, araçá-boi, cupuaçu, jambo e doces como o de abóbora e de mamão, tudo coisa que tem no sítio e muitas vezes se perde”, conta. Ela acredita que a produção de doces e outros derivados pode alavancar ainda mais  a Associação de Mulheres, que atualmente produz biscoitos e amêndoas de castanhas para escolas públicas de seis municípios da região noroeste de Mato Grosso.

Carbono Juruena
O objetivo central do projeto Poço de Carbono Juruena, executado pela Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena (ADERJUR) e patrocinado pela Petrobras, através do Programa Petrobras Ambiental, desenvolvido na região Noroeste de Mato Grosso, é demonstrar a viabilidade econômica de sequestro de carbono por meio de Sistemas Agroflorestais – SAFs, que fixam o carbono e geram renda aos pequenos e médios agricultores rurais de forma associada e participativa. A expectativa é que seja um modelo de projeto de desenvolvimento rural e conservação ambiental que tem como alavanca, a futura venda de créditos de carbono. 

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