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Ineditismo do curso sinaliza avanço para política indígena

sexta-feira, 15 de abril de 2011

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Inédito no Estado de Mato Grosso o curso de gestores indígenas foi o primeiro a ser executado por uma entidade indígena e em parceria com uma universidade pública. Ao longo de 18 meses foram realizados cinco encontros presenciais em que foram abordados temas como a realidade indígena brasileira, legislação indígena e ambiental, diagnósticos e elaboração de projetos.

Os dois módulos finais foram focados na prática de elaboração de projetos, dos quais seis foram selecionados para serem apresentados para possíveis financiadores. Participaram do curso 30 lideranças indígenas escolhidas por suas comunidades e associações. No total, foram representados os seguintes povos: Apiaká, Arara, Bakairi, Bororo, Guató, Chiquitano, Pareci, Cinta Larga, Kayabi, Karajá, Mebengokrê, Panará, Rikbaktsa, Tapajuna, Tapirapé, Umutina, Xavante, Ikpeng, Zoró. Esses povos contemplam representantes das quatro regiões do Estado: Baixada Cuiabana, Xingu-Araguaia, Norte e Noroeste.

Para Audecir Arara, presidente do Instituto Maiwu, a formatura mostrou que se concretizou os objetivos que estavam no projeto, formando gestores para as organizações indígenas de base. “Este é o primeiro curso de extensão de uma entidade indígena e uma universidade pública que acontece no Brasil”, afirmou. Audecir acredita que com isso outras parcerias para outras formações irão ocorrer.

“Estamos com um projeto de iniciarmos a segunda turma de gestores em 2012 e estamos conversando com possíveis parceiros e políticos para a realização de pelo menos mais uma turma”, finalizou.

O Xavante João Tobias acredita que sua formação como gestor servirá para retomar a luta em sua comunidade, em São Marcos, localizada no município de Barra do Garças, a 500 km de Cuiabá. “Estamos começando a articulação em torno da nossa terra e lutar pela melhoria da nossa vida e os conteúdos do curso serviu para levantar os problemas e vão servir para buscar nossas caminhadas”, animou-se. Para Tobias, uma nova turma do curso servirá para que mais indígenas estejam preparados para elaborar projetos, gerenciar suas associações e, em conseqüência, melhorar a vida da comunidade.

De acordo Audecir Arara, a realização era uma proposta antiga da entidade, mas que só foi possível com o apoio do Projetos Demonstrativos dos Povos Indígenas (PDPI), ligado a Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do Ministério do Meio Ambiente (MMA). Também foram fundamentais parcerias com a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) e a Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (SEDUC).

Matéria produzida para o Boletim do Projeto Curso de Formação de Gestores e gestoras Indígenas de Mato Grosso do Instituto Maiwu.


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