André Alves / Especial para SEMA-MT - O Brasil já foi o principal produtor e exportador de borracha no mundo mas atualmente apenas 1% da borracha produzida no mundo é do Brasil. Por outro lado, a região Noroeste de Mato Grosso vem sendo estimulada a conciliar o desenvolvimento social com a conservação ambiental onde a atividade extrativista vem ganhando força graças a diversas iniciativas como o Projeto Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade nas Florestas de Fronteira do Noroeste do Mato Grosso, desenvolvido pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente – SEMA e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD.
Para socializar as informações sobre essas iniciativas de revitalização dos seringais nativos do noroeste do estado e discutir uma proposta de cadeia produtiva da borracha nativa para a região, a SEMA e o PNUD promovem nesta sexta-feira (26) a oficina “Cadeia produtiva da borracha no Noroeste do Mato Grosso: identificando gargalos e descobrindo soluções”, que se será realizada a partir das 08 horas no auditório Pantanal da Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso.
Pesquisadores e técnicos governamentais, não-governamentais, representantes de empresas e de comunidades extrativistas, indígenas, além de agricultores participarão do evento que vai refletir sobre a importância da retomada da extração do látex nativo como fonte de renda para as comunidades envolvidas. Ao final da oficina também deverão ser elaborados subsídios para o desenvolvimento de cadeias de produtos da sociobiodiversidade na região noroeste da Amazônia mato-grossense e sudeste de Rondônia, com foco na cadeia produtiva da borracha Natural.
Desde 2003 técnicos do Projeto Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade nas Florestas de Fronteira do Noroeste do Mato Grosso, por meio do Programa Integrado da Castanha – PIC, tem estimulando alternativas de geração de renda com a floresta em pé com os índios Rikbaktsa e Zoró, com extrativistas da Reserva Extrativista Guariba-Roosevelt e agricultores do Assentamento Vale do Amanhecer. O apoio na estruturação da cadeia produtiva da Castanha-do-Brasil garantiu a produção de 850 toneladas de castanha por estes povos nos últimos seis anos. Com o apoio à produção da seringa nativa, cerca de 10 toneladas de cernambi virgem prensado de látex de seringueiras nativas foram produzidas nos últimos dois anos pelo povo Rikbaktsa e há outros grupos como os Zoró, Cinta Larga e extrativistas da RESEX Guariba Roosevelt que estão retomando essa atividade.
Segundo Plácido Costa, técnico do PNUD que apoia esse trabalho, essas atividades geram renda para esses comunidades indígenas e extrativistas, possibilitando a valorização da floresta em pé e mecanismos de gestão ambiental de seus territórios, criando dessa forma, outras alternativas ao modelo de ocupação dessa região de fronteira da Amazônia.
Evento discute cadeia produtiva da borracha nativa em Mato Grosso
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quinta-feira, 25 de novembro de 2010
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