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Alunos do Sesiescola participam de Torneio de Robótica com projetos sustentáveis

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Fiemt - Cada brasileiro produz, em média, 1,02 quilo de lixo por dia, conforme o Ministério do Meio Ambiente. Na soma anual, são cerca de 64 milhões de toneladas, das quais apenas 13% são recicladas. Estes números representam um desafio a ser solucionado por crianças e adolescentes, entre 09 e 16 anos, competidores do Torneio de Robótica First Lego League (FLL). O tema  deste ano é ‘Trash Trek’ e provoca 290 mil alunos, de 80 países, a proporem alternativas para o nosso lixo de cada dia. As equipes do Sesiescola de Cuiabá e Várzea Grande estão na disputa, que começa com a etapa regional, nos dias 27 e 28/11, em Goiânia. Os melhores seguem para a fase nacional, que ocorre em 2016.

Criada em 1998, a disputa é organizada no Brasil pelo Serviço Social da Indústria (Sesi) e propõe que estudantes sejam apresentados ao mundo da ciência e da tecnologia de forma divertida, por meio da construção de robôs feitos inteiramente com peças Lego, e programados com a tecnologia Lego Mindstorms. A disputa é divertida, tem emoção, mas o melhor de tudo é que faz parte de um processo de aprendizagem. Com a robótica, alunos e professores aprendem juntos conteúdos de física, química, biologia e matemática, com mais inovação, criatividade e raciocínio lógico. Sem falar no incentivo para que os alunos escolham carreiras nas áreas de engenharias e tecnologias.

Considerando a coleta, a separação, a reutilização e o manejo inteligente do lixo, o tema deste ano incentiva os participantes a desenvolverem projetos de pesquisa com alternativas inovadoras para se produzir menos, ou melhorar a maneira que as pessoas lidam com o lixo que fazem. Ao final, eles compartilham essa solução.

Além do projeto de pesquisa inovador sobre o lixo, durante o torneio os estudantes também têm que cumprir o desafio do robô, que deve ser inédito e construído pela equipe. Cada um deve fazer 12 missões dispostas na mesa, desempenhadas em dois minutos e meio. Entre as missões, o robô programado pelos alunos tem que demolir um prédio, que terá seus materiais separados numa triagem. Ele também resgata animais (tartaruga e polvo) e devolve-os aos mar.

O core values (são oito os valores fundamentais da equipe e o que conta é o trabalho em equipe e a inspiração) e o design do robô (os alunos planejam, projetam, constroem e programam os robôs) também contam pontos no torneio. Mais de quatro mil estudantes de escolas públicas e particulares participam desta temporada, no Brasil. A disputa ocorrerá entre 500 times, em 11 cidades das cinco regiões do país. Os melhores garantem vaga na etapa nacional, que ocorrerá em março, em Brasília.

Gerenciamento do lixo e piso tátil

Há três meses, as equipes de Cuiabá e Várzea Grande se preparam para o torneio. Em Cuiabá, 10 alunos do Sesiescola desenvolveram o projeto PP Tátil, piso tátil feito de pneu e plástico (polipropileno) que seriam jogados no lixo. Além de ajudar o meio ambiente, já que o pneu não possui tempo determinado para se decompor e o plástico mais de 100 anos, a equipe também apresenta uma alternativa que favorece os deficientes visuais. “Com o nosso projeto, o poder público e as entidades privadas podem cumprir a Lei de Acessibilidade e aplicar o piso tátil de uma forma mais barata, já que o custo para a execução do piso é somente de produção. Neste ano, além do objetivo geral, que é reduzir estes componentes nos lixões, também pensamos em ajudar os cegos em seu direito de ir e vir”, explica o aluno Pedro Marques, de 13 anos.

Antes de chegar ao produto, que ainda está em testes, os alunos da equipe Brotherhood fizeram várias experiências, com apoio de profissionais, e vivenciaram o aprendizado em disciplinas que só terão contato no Ensino Médio, como química e física. A equipe ganhou, no ano passado, o troféu de melhor apresentação do projeto de pesquisa regional e busca avançar, neste ano, para o nacional.

Já a equipe Young Creators, de Várzea Grande, pensou no projeto Gerere (Gerenciamento Responsável de Resíduos da Escola), que tem o objetivo de sensibilizar a comunidade escolar e reduzir o consumo dos dois materiais mais utilizados no colégio: papel e copo. Metas já alcançadas. “Hoje todos os alunos e professores contribuem para separar plástico e papel nas nossas lixeiras de papelão, que estão nas salas e na área no pátio. Já reduzimos em 35% o uso dos copos. Além disso, todo o lixo produzido na escola agora tem destino correto, com a parceria que fizemos com a Asscavag (Associação dos Catadores de Material Reciclável de Várzea Grande). Ela recolhe, compacta e envia nosso lixo para uma empresa de São Paulo. Isso dá à escola a declaração sobre o gerenciamento do lixo, que reconhece nossa atuação”, explica Richard César, de 15 anos.

O gerenciamento do lixo na escola é apenas um dos projetos desenvolvidos pela equipe. Eles também projetaram um jogo online, que ensina como separar o lixo e irão lançar a ‘Corrente do Bem’, que consiste no apadrinhamento de duas escolas públicas no caminho ambientalmente sustentável. Após isso, o projeto continua, já que caberá a cada uma dessas escolhidas o apadrinhamento de outras duas e assim por diante.

Na avaliação do superintendente do Sesi-MT, José Carlos Dorte, as aulas de robótica oferecem um diferencial de aprendizado e vivência para os alunos, que será levado para a vida toda. “O torneio dá espaço para a inovação e para a experiência de viver desafios da vida profissional. Experimentar isso, de uma maneira divertida, é fundamental para o desenvolvimento de profissionais que, certamente, irão se destacar no mercado de trabalho. Nossa primeira experiência no ano passado foi muito positiva, pois a unidade de Cuiabá trouxe o troféu de melhor apresentação do projeto de pesquisa, no regional, e a de Várzea Grande o de melhor pesquisa, chegando a etapa nacional, onde estavam as 60 melhores equipes do país”, destaca.

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