Em janeiro será lançado pela FASE (Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional) o livro “IIRSA, energia e mineração: Ameaças e Conflitos para as Terras Indígenas na Amazônia Brasileira”. Organizado por Jean-Pierre Leroy e Julianna Malerba, a publicação traz contribuições de especialistas como Antonio Carlos Magalhães, Gabriela Scotto e Guilherme Carvalho.
A publicação contou com a parceria da COIAB (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira) e a Rede Brasil sobre Instituições Financeiras Multilaterais. A Fundação Ford, Novib e a Fundação Heinrich Böll também apoiaram a iniciativa.
Leia a abaixo um trecho do livro:
Será que o "desenvolvimento" que IIRSA e PAC propõem é realmente o da Amazônia e da sua população e, em particular, dos povos indígenas? É um desenvolvimento que prioriza o uso de minerais para carros, aviões e muitos outros produtos feitos e usados em outras regiões do país e em outros países. Um desenvolvimento que produz energia para que esses produtos sejam produzidos em outros lugares. E, onde as estradas são construídas para que o que é feito e produzido na Amazônia possa ir rápido para os lugares onde são usados e consumidos.
Os governadores dos Estados da Amazônia brasileira e também muitos habitantes da região querem este "desenvolvimento". Eles reivindicam que as atividades de mineração não se limitem a produção de matéria prima para que dela sejam feitos, em outras regiões, produtos industrializados. Eles querem que os minerais sejam transformados aqui: o minério de ferro em ferro e aço, a bauxita em alumínio, como já começou no Pará e no Maranhão. Eles querem que estradas, hidroelétricas, petróleo e gás, mineração e metalurgia garantam mais empregos e mais dinheiro para a região.
Mas será que não há outras maneiras de assegurar a vida presente e futura das pessoas da Amazônia? Para quem irá esse dinheiro? Quais serão esses empregos, ainda mais quando se sabe que eles são temporários.
E a floresta em tudo isso?
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