Quais são os impactos positivos da implantação de sistemas agroflorestais para o meio ambiente e como alternativa de renda para agricultores? Uma equipe multidisciplinar contratada pelo projeto “Conservação da Biodiversidade e Uso Sustentável das Florestas do Noroeste de Mato Grosso” , executado pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente de Mato Grosso (SEMA) em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) está fazendo um levantamento na região para responder a essa pergunta e ajudar a gerar indicadores que possam servir na elaboração de políticas públicas para conservação.
Ao todo 60 propriedades que aderiram ao projeto serão visitadas, sendo vinte no município de Cotriguaçu e quarenta em Juína. “O produto deste trabalho será um retrato das propriedades com as áreas de recuperação da vegetação e usos econômicos da terra, que na maior parte dos casos envolve sistemas agroflorestais”, explica o consultor Jorge Vivan, agrônomo que atualmente está desenvolvendo projeto de pós-doutorado em manejo de florestas secundárias. Estão sendo avaliadas as iniciativas de agricultores que adotaram diferentes graus de implantação de SAFs e que estão localizadas em assentamentos, mas também em áreas privadas. Essa distinção, de acordo com o consultor, é necessária para estabelecer cenários de usos desses sistemas em locais mais próximos ou afastados da área urbana como também na diferenciação de uso em propriedades com diferentes graus de organização e da presença ou ausência de regularização fundiária.
Os dados coletados ajudarão na avaliação do projeto, que vem sendo executado desde 2001, mas também nas propostas de futuros projetos e políticas públicas. Um exemplo é montar um panorama de custos de oportunidades, ou seja, quanto um agricultor do noroeste de Mato Grosso lucra ou tem prejuízos ao adotar sistemas agroflorestais ao invés de criar gado. De acordo com o consultor pelo fato de a amostragem ser relativamente grande será possível cruzar os indicadores econômicos e ecológicos com a base de dados que a SEMA já possui da região para que os técnicos da secretaria possam fazer uma projeção de política pública que envolva outras propriedades com características geográficas e fundiárias semelhantes.
A equipe, que está em campo desde o dia 18 de julho, deve concluir a parte de campo até o dia 08 de agosto e em meados de setembro o resultado do trabalho será repassado à Sema. Além do diagnóstico a equipe também irá capacitar agricultores da Associação Juinense Organizada para Ajuda Mútua (Ajopam) para que possam fazer o monitoramento das experiências em SAFs.
Em dez anos de realização do projeto “Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade das Florestas do Noroeste de Mato Grosso” foram implantados cerca de 1.400 hectares de sistemas agroflorestais nos sete municípios da região noroeste. Além disso, 30 áreas são consideradas unidades demonstrativas, ou seja, foram tão bem desenvolvidas pelos agricultores que servem de referência para outros agricultores que queiram conhecer as técnicas de SAFs.
O que é um SAF
De acordo com a definição da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) um sistema agroflorestal é uma forma de uso da terra na qual se combinam espécies frutíferas ou madeireiras com cultivos agrícolas ou animais de forma simultânea, interagindo de forma econômica e ecológica. É considerada uma opção estratégica a agricultores familiares pois possibilita a diversificação da produção e rentabilidade, além dos serviços ambientais, como a recuperação do solo, o desmatamento evitado e o aumento da biodiversidade local. Os SAFs também buscam otimizar a produção com o uso mais eficientes dos recursos naturais, como solo, a água e a luz.
Projeto avalia eficácia dos sistemas agroflorestais para o seqüestro de carbono na região noroeste de Mato Grosso
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segunda-feira, 26 de julho de 2010
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