Associação de mulheres fornece castanha-do-Brasil sem casca e biscoitos de castanha a rede de ensino da região noroeste de Mato Grosso
A merenda escolar da rede estadual e municipal do Noroeste de Mato Grosso está com mais qualidade graças à iniciativa de um grupo de mulheres que tem o apoio do projeto Poço de Carbono Juruena, executado pela Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena - ADERJUR e patrocinado pelo Programa Petrobras Ambiental. Desde maio, as escolas de Juruena, Juína, Castanheira, Cotriguaçu, Aripuanã e Colniza estão recebendo castanhas-do-Brasil sem casca e biscoitos de castanha para reforçar a alimentação dos estudantes. O fruto da castanha é rico em gorduras, proteínas e possui selênio e vitamina E, que agem como antioxidantes e melhoram o sistema imunológico do organismo.
A história dessa iniciativa começou há um ano quando um grupo de mulheres do Assentamento Vale do Amanhecer criou a Associação de Mulheres Cantinho da Amazônia para desenvolver atividades que ajudassem a complementar a renda familiar. Atualmente um grupo de 94 membros diversifica suas atividades no assentamento produzindo artesanato em madeira, pintura e na produção de castanha-do-Brasil sem casca e biscoito de castanha. “O nosso sonho era levar um benefício social para o Vale do Amanhecer”, conta Leonilda Grassi, uma das mais entusiastas do Cantinho da Amazônia e carinhosamente chamada de dona Nida.
Dona Nida explica que como trabalhou como merendeira muitos anos em Juruena foi uma das que implantou a idéia de produzir os biscoitos de castanha para reforço da merenda escolar. O secretário municipal de educação Helvio de Lima apostou na força de vontade e qualidade do grupo e a prefeitura começou a comprar mensalmente 300 quilos de biscoito de castanha para ser distribuído na rede municipal de ensino. A Escola Estadual Dom Aquino também passou a adquirir outros 100 quilos da produção da associação.
Para o secretário de Educação a iniciativa é valiosa para região por diversos motivos. “Há uma determinação do governo federal de que 30% da merenda escolar seja comprada da Agricultura Familiar, mas é difícil atingir esta meta pois falta oferta desses produtos”, explica. Para o secretário, a produção dos biscoitos de castanha é um incentivo aos agricultores familiares que poderão oferecer mais produtos à prefeitura, além do que a produção local ajuda na economia do município.
Mas, para Helvio, a melhor conquista é mesmo para os alunos. “A maioria dos nossos alunos são da zona rural. Tem aluno que sai de casa às oito da manhã e retorna à noite para casa, somente para estudar à tarde e é na escola que eles têm sua principal alimentação, então tem que oferecer merenda de qualidade”, explica. Essa percepção fez a Secretaria oferecer os biscoitos aos alunos antes do início das aulas para que, alimentados, eles consigam prestar mais atenção às aulas.
Ampliando a produção
Após a implantação da associação e a parceria com a prefeitura de Juruena era necessário dar o passo adiante e aumentar a produção, que só foi possível com o apoio do projeto Poço de Carbono Juruena, executado pela Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena - ADERJUR e patrocinado pelo Programa Petrobras Ambiental. Os técnicos do projeto ajudaram no desenvolvimento de dois projetos que foram enviados e recentemente aprovados pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB). Os projetos que somam um investimento de 230 mil reais voltados para compra com doação simultânea para merenda escolar e formação de estoque permitiram que a associação de mulheres ampliasse a produção e alcançasse novos municípios. Em 2010, o Município de Juruena receberá investimentos num total de 750 mil reais da CONAB para aquisição de produtos da agricultura familiar.
Para garantir a produção, outra parceria foi firmada, desta vez com a Cooperativa dos Agricultores do Vale do Amanhecer (COOPAVAM), do próprio assentamento. Pela parceria foram definidos horários em que as mulheres da associação podem utilizar a fábrica de castanha da cooperativa para desenvolverem seu trabalho.
Dona Nida, uma das mulheres da associação que viu uma oportunidade de complementação de renda familiar gerar frutos em diversos municípios, dá a receita para o sucesso de seus produtos: “São gostosos, nutritivos e conservam o meio ambiente”, finaliza.
Nenhum comentário
Postar um comentário