Além de Cuiabá, Goiânia (GO), Recife (PE), Salvador (BA) e São Paulo (SP) estão elaborando suas cartas-consultas com apoio da Fundação Banco do Brasil (FBB) em parceria com o Centro de Estudos Socioambientais Pangea, prefeituras municipais e demais cooperativas de catadores. A proposta cuiabana, que levou cerca de seis meses para ficar pronta, está orçada em 12 milhões e 800 mil reais, sendo que 50% desse valor deverá ser financiado pelo BNDES e 50%, contrapartida da prefeitura.
A meta é que as cooperativas de catadores passem dos atuais 115 cooperados para 300 e a renda média mensal por catador suba de 300 para 800 reais até 2015. “Um dos grandes problemas da modernidade é a geração de resíduos”, destacou Éder Melo, diretor da Fundação Banco do Brasil. “Discutir uma política de coleta seletiva é benefício para toda população e uma forma, no caso de Mato Grosso, de ajudar a conservar o Pantanal”, complementou.
De acordo com dados do Centro de Estudos Ambientais Pangea, cerca de 35% do lixo produzido nas cidades é reciclável. Isso equivale a dizer que dos 570 mil quilos produzidos por dia em Cuiabá, cerca de 270 mil é reciclável. Apesar do volume de lixo passível de coleta seletiva, o desafio é gigantesco. Atualmente em Cuiabá a coleta seletiva atende apenas 1,5% do potencial. Com este novo projeto a meta é chegar a 5%.
“É a primeira vez que a nossa qualidade de vida está sendo incluída”, disse o representante no Movimento Nacional de Catadores de Resíduos Sólidos, Thiago da Silva Duarte. Pela proposta da carta-consulta a coleta seletiva de Cuiabá passaria a ser feita pelos catadores que são membros de cooperativas e associações. Para viabilizar essa proposta a Câmara de Vereadores de Cuiabá deverá apreciar projeto de Lei que prevê a contratação das cooperativas com dispensa de licitação.
Outra novidade da carta-consulta é que ela prevê um sistema de pagamento por serviços ambientais aos catadores. Ou seja, além da receita obtida nas vendas dos materiais recicláveis como ferro, papel, pet e alumínio, a prefeitura pagará as cooperativas o valor equivalente que seria pago a empresa que faz a coleta do lixo comum na cidade.
Outros resíduos
Além dos recicláveis, os resíduos orgânicos também podem ser reaproveitados. A tecnologia social Conexão Cheiro Verde, desenvolvida pelo Instituto Cidade Amiga e Instituto Centro de Vida, transformam resíduos orgânicos em composto para produção de hortaliças. Essas hortaliças, que começou com cebolinha e atualmente também são produzidas couve, coentro, salsa e alface, são comercializadas na rede de supermercados Modelo.
A tecnologia é uma alternativa eficiente de destinação do lixo e promove a inclusão social e gera renda para cerca de vinte famílias, a maioria do bairro Jardim Vitória, na periferia da cidade.




Nenhum comentário
Postar um comentário